Tuesday, November 28, 2006

Eu vivo entre as quatro paredes da minha mente,
Como um rato encurralado na questão
Do ser o não-ser, aqui, assim ou não,
De mãos atadas, pés feridos no universo inconsciente;

Esvazio meus pulmões, alivio minhas costas da mão,
Pois o peso que carrego cabe exatamente
Nas perguntas de um bêbado demente,
Primazia de súplicas infelizes, equilíbrio da razão;

Enquanto eu for apenas um pesadelo ausente,
De mim, sendo eu só uma fração,
Saberei que, mesmo na contra-mão,
Ainda estou aqui, bruta poesia indecente;

Deixo para trás minha imaginação,
Um rastro de palavras, uma enchente
De letras e lágrimas, uma teia saliente,
Armadilha de dor e de ilusão;

Mas tenho ainda a mão fremente,
Ávida, a mente doma a canção
Da vida, inútil busca da perfeição,
Fronteiras do homem... desesperada mente.

20/09/99

Monday, November 27, 2006

Teus olhos de mar
Teus olhos de amar
Teus jogos de armar
Teu fogo no ar
Tudo só desejar
Teu corpo, meu lar
Tudo... só imaginar!


fev/2006

Tuesday, November 21, 2006

Aquelas duas últimas semanas haviam sido péssimas, e eu sem entender o porquê. Até que, como que num passe de mágica, percebi que chorava uma morte e um nascimento. Algo em mim morria, para dar origem a uma pessoa diferente. Mais uma vez eu passava por uma transformação brusca. Isso é normal? Eu me pergunto. E já estou me respondendo: O que importa é que funciona! É assim que a minha balança interior equilibra.

Passa-se tanto tempo entre uma crise e outra, que esqueço o seu modus operandi, e me assusto, com medo de estar desenvolvendo algum mal psicológico. Momentos em que fico totalmente blasé, outros em que tudo me toca. É uma espécie de TPM em dose tripla. E nos momentos de reflexão, imaginando o que há de errado comigo, termino por encontrar pedacinhos de mim, que eu nem sabia que existiam. É quando percebo que esse é o momento de me livrar de algum lixo guardado aqui dentro. É hora de olhar o monstro nos olhos, mesmo sentindo dor.

Depois que renasço, experimento olhar o mundo com esses novos olhos. Tudo com o qual entro em contato provoca sensações novas. Eu não me reprimo diante disto, deixo que cada parte do meu corpo seja percorrida por elas. Há até coisas que eu abominava, e , após uma transformação mais íntima, passo a gostar tanto, que nem entendo como vivia sem aquilo.

Tenho medo de perder essa criança que carrego comigo, porque me mantém mais perto do divino, e essa pureza, não a quero perder. Mas também não posso deixá-la tomar conta de mim, esse momento já passou. Quando se tem a responsabilidade de trilhar o próprio destino, amigos, trabalho, lazer, estudos, tudo assume um outro valor. Afinal, são as escolhas que fazemos que determinam aonde chegamos.

Sunday, November 19, 2006

Estava num dos meus devaneios, pensando numas coisas que eu falava muito, e que parecem não estar mais presentes em mim, uma delas me chamou a atenção, por ser marcante, é que eu dava amor com muita facilidade, eu era uma pessoa extremamente tolerante. Pensando nisso, lembrei do que mais acredito da doutrina cristã, e acabei percebendo que muitos anos se passaram, mas o mundo continua não enxergando a mensagem suprema, que o caminho, a verdade e a vida é o amor!

Não é tão simples quanto parece, amar universalmente. Li um texto esses dias, que falava do preconceito contra os menos capazes. O exemplo utilizado para ilustrá-lo, era uma típica situação de trânsito, em que o motorista lento, que ocupa a pista da esquerda, nos tira a paciência. Nesses momentos, você desperdiça energia vital, sentindo ódio? Traz maus fluidos para o outro, mas também pra você! Arruina a saúde (um dia, pode ter certeza, você sente sua importância). Tem gente que desenvolve gastrite, úlcera, problemas na pele... Tudo isso porque não consegue canalizar as emoções. Amor é do bem e faz bem! É clichê, mas é válido.

Conheço quem não consegue praticar o amor em seu nível primeiro, o amor próprio. Não é aquele amor que nos faz egoístas, em que nos enchemos de mimos. Falo de se descobrir, se conhecer profundamente, para amar cada parte de si. Outra coisa é transformar-se em alguém melhor do que se é. Pequenas mudanças podem gerar grandes evoluções.

Quando a gente gera em torno de nós só energias boas, parece que mais portas se abrem. Como quando a gente está com os amigos, a conversa fluindo gostosa, olhamos nos olhos uns dos outros, e sentimos uma onda de amor, uma troca tão boa, a gente fica ainda algumas horas envolto numa nuvem de alegria, que parece contagiar os acontecimentos seguintes. O bem só atrai o bem. Viva o amor!!!

23/10/2006