Saturday, April 05, 2008

Hoje eu fui à praia só, pois para revê-la queria um momento íntimo. Havia alguns poucos passantes, mas todos me eram estranhos, e isso era como estar só. Eu me aproximava da água, e sentia meu corpo todo em êxtase revigorante. Meus passos na areia, que vai se acomodando sob os pés, tiveram o poder de me relaxar. Depois veio a areia molhada, e os sulcos que se formaram pareciam raízes tantas e tão entrelaçadas, que bem poderiam ser o desenho de cabelos. Foi então que espuma e água tocaram meus dedos dos pés.

Eu não quis assustar o mar, e o penetrei devagar, sentindo cada parte de mim salgar. Ele respeitou minha preguiça e continuou parcimonioso. O sol estava no céu e na água e me ofuscava, obrigando-me a manter os olhos semicerrados, o que aumentava em mim a sensação de que estava em transe. Enchi os pulmões daquele ar tão puro. Dependente química da maresia.

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