Tuesday, April 15, 2008

Foi filósofo, sonhou e amou na vida

Hoje eu vi um corpo no chão. Mais do que um corpo, era o corpo de um amigo. Felino, gato, bichano. Eu olhei dentro dos teus olhos sem vida, e percebi como a existência é fugaz. Poderia ser eu ali, poderia ser qualquer um, mas era o Nietzsche. Cinco meses, cinza, rajado, esperto, elegante, manhoso. Ele era companheiro, sofrido, calejado da vida, que sempre lhe apresentou obstáculos. Machucou a coluna, também a pata. Mamava nos edredons.

Senti uma enorme necessidade de me sentir viva, de saber que meu tempo nesta dimensão há que ser válido. Se já tinha o ideal de ser feliz, agora quero uma plenitude talvez utópica. Preciso me sentir satisfeita e inteira, equilibrar minha energia e descobrir minha essência. O tempo urge! Ecce homo! Eis-me, aqui. Se há um plano traçado para cada um de nós ou não, se há vida depois da morte ou não, importa a mim entender o que faço com o agora, sem perder de vista o que construo para o futuro, sem esquecer do passado.

Adeus gatinho "humano, demasiado humano".

1 comment:

Anonymous said...

Sim, humano...
mais que eu, que muitos dos que acham-se merecedores desse título...

e nunca houve afago mais delicado, mesmo com unhas tão afiadas. nem beijos tão doces, mesmo com dentinhos pontiagudos...

e que colo quente ele me deu quando meu amor partiu para sua aventura, quando pensei que fosse perder minha cabeça... e não raro, subia em meu colo pedindo que lhe desse beijocas na barriga, ronronando em lá menor um tango felino demasiado humano...

mics, belas palavras...
obrigada pelo apoio, e que bela terapia a nossa...

Clara Acioli