Wednesday, July 04, 2012

"Tudo em volta está deserto"

Era quase duas. Era talvez mais. Metade de mim já estava no chão e a outra metade sussurrava umas palavras débeis. Eu nem sei de onde veio, mas o que me atingiu foi como um soco no oco do meu peito. Eu já não ouço o zumbido no meu ouvido das conversas secretas. Apenas a poesia escorrendo numa hemorragia descontrolada como meu desejo de parar tudo e apagar o que me ataca.
Num fluxo descompassado os versos vão se liquefazendo à minha frente sem que tenha forças de apanhar o que se quebrou. Foram aqueles olhos. Eu achava que desta vez era de verdade, e era pra vir uma coisa maior e mais bonita. Eu acho tantas coisas, que deve estar na hora de eu me perder. Perder de mim e dos outros.

"Ela comeu meu coração
Trincou, mordeu, mastigou, engoliu"

Eu não quero mais ter. Eu quero viver por aí. Eu quero que tudo vá pro inferno! E esse meio caminho entre aqui e a felicidade posso percorrer dentro de mim. E tudo pode ser resolvido nos livros de autoajuda. E onde está a solução para os meus dilemas? Onde encontro sinceridade? Por que está com essa faca no meu peito? A faca virtual do desejo que corta minha pessoa. E as palavras não têm culpa, e mesmo assim são elas as culpadas. Não. nem elas, mas elas!

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